Poema vertical
"Da sua boca eu trago. Ideia que me impregnam.
Até o cigarro acabar. O filtro eu guardo de lembrança."
- Nicole Pereira Fernandes, 2021, notas pessoais.
“Eu te disse
Que
eu estava triste.”
É um bom epitáfio.
Pra onde vai o dito não ouvido?
Ao relento no cemitério das palavras
Palavras.
Já as migalhas
(Migalhas) que você me deu
Vivas, lindas e pulsantes, com todo o significado
Que
Eu
Atribuí. (morri?).
Onde jaz o corpo meu?
Eu.
Eu que dei, dei, e me esqueci
Agora me perdi
No meu armário
Com todas as suas peças de roupa velhas que você me deu.
Você que me tirou daquele outro
Dois armários diferentes
Início meio e fim
Cigarro.
Você é um cigarro.
Efêmero, bonito, fatal
Um erro fatal.
Falta-me um cigarro. Você.
E sua errônea construção de significado.
Cheia de toxinas em você, meu amor
Trago-te (pra perto) impregno-me de você
Socorro.
Desperto.
Do meu pesadelo concreto
(que aconteceu)
Mas tenho orgulho de dizer:
Pertence a noite passada.
Comentários
Postar um comentário