Obsidiana



"O que e preto talvez não seja escuro".

~ Victor Hugo


Eu sou o preto

Profundo, em mim afundo.

Algo de nebuloso, travesso.

Na nebulosa do seu olhar

Me esqueço.

Os esmalte das minhas unhas

Desgastado.

Do tempo, o preço

O asfalto da rua

Com seus animais moídos numa dor crua

Obsoleto.

Preto é vida em morte

Pulsão de inexistência

Desconstrução

Indiferença e apreço

Preto é o universo

Ausência e desespero

No pigmento, é tudo

Do nada, o medo.

Preto sou eu e você

Com margem de erro

Preto é o nosso encontro

Incompreensível

Borrado, e leigo.

Novo e pulsante, fatal e imperfeito

Obsidiana, é lindo.

Meu tudo é você

E nada

E tudo

É absolutamente preto.

Comentários

Postagens mais visitadas