Sobre flores.






"O amor é uma flor delicada, mas é preciso coragem
 para colhe-la à beira de um precipício"
Stendhal

"A morte não é nada pra nós,
pois quando existimos,
 não existe a morte,
 e quando existe a morte,
 não existimos mais."
Epicuro

(o problema sempre é as relações)

Eu catei flores e pus na boca
(de uma lata)
Elas jazem mortas
(ou deveria dizer decrépitas)
Pois mortas já estavam no momento
Em que as roubei de seus braços magrelos
galho secos
ossos aparecendo
Ou esta sou eu?
Um espasmo póstumo
De uma galinha desvairada
Sem cabeça
Descabeçada
Eu tenho cabeça
Ela só não funciona como deveria
(e isso, mata)
Quero escutar toda a musica do mundo
Para combinar com o ensurdecedor barulho
Do meu coração batendo, ribombando, rompendo
Mas aí estragaria o silêncio ensurdecedor 
Da minha alma se desfazendo
Da minha mente desvanecendo
De eu
Morrendo.
Quero correr uma milha 
Mas não faria sentido
Pois eu pararia em um lugar estranho
Já que não estou em lugar nenhum
Melhor sentar e chorar
Num casulo chamado tempo
Que parece sempre a frente ou atrás das outras pessoas
Eu (te) vejo em câmera lenta
Só que rápido
Nada disso faz sentido
Mas
A gente
Tenta.
Eu imaginei te perder
Imaginei seu cadáver pálido
Teu corpo decomposto
Servindo de adubo pra uma bela margarida
Querida
Eu te imaginei enforcada, picada, sangrando as feridas da vida
Eu te imaginei chapada de umas merdas desconhecidas
Mas nada me preparou
Pra ver você sair da minha vida.
(voluntariamente)
Aliás
Eu imaginei você também
Estradas e vias
(talvez países)
Entre nós
Talvez, ela
Ou o nosso sangue
(pingando) 
Ou  ainda 
O tempo roubar você de mim
Colocando anos entre a gente
E fazendo tu parecer um lembrança bem bonita
(roseira de primavera)
Nada jamais de preparou
Pra descobrir quem você 
Realmente
Era.
(e de fato é).

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